Difícil acompanhar o número de iniciativas, projetos, tratados e parcerias que a China tem realizado com praticamente todos os países do continente africano. De fábricas, ferrovias, zonas econômicas a parques industriais, Pequim têm investido de maneira consistente, sobretudo, nas áreas de infraestrutura e industrial.
O volume de investimento de empresas chinesas em Angola ultrapassou 24 mil milhões de dólares norte-americanos, informou, esta quinta-feira, em Luanda, o embaixador da China em Angola, Zhang Bin.
Enquanto Pequim albergava o Fórum para a Cooperação China-áfrica, Angola anunciou que vai receber, no próximo ano, a Cimeira de Negócios Eua-áfrica. Mais um sinal do arrefecimento das relações entre os governos chinês e angolano.
Angola é o maior parceiro económico da China na África subsaariana, contabilizando mais de 45 mil milhões de dólares, entre 2000 e 2022, em empréstimos e financiamentos do país asiático para 258 projetos, principalmente na energia e transportes.
O especialista em relações internacionais Osvaldo Mboco espera que Angola aproveite o Fórum de Cooperação China-África para alterar a relação, visando atrair investimento industrial que fomente emprego, e o modelo de pagamento da dívida ao país asiático.
Analistas defendem que a reconfiguração do modelo de financiamento ao exterior pela China, visando reduzir riscos de incumprimento e apoiar a transição energética, resultou numa queda no investimento em África, mas pode gerar oportunidades para Angola.
O professor e investigador do Centro de Estudos Africanos da Universidade de Oxford defendeu hoje que a dívida de Angola à China "deve ser revista exaustivamente" por ter sido utilizada para fins privados e "corruptos".
O Serviço de Investigação Criminal detivera dois cidadãos chineses acusados dos crimes de tráfico de drogas e promoção à prostituição, há mais de três anos, na província de Luanda, anunciou hoje o Serviço de Investigação Criminal (SIC).
A China ganhou peso em Angola através dos empréstimos concedidos ao Estado, tendo o petróleo como moeda de troca. Aproveitando algum desinteresse da concorrência, os fabricantes automóveis chineses estão a conquistar mercado.
Angola continuou, em 2020, a figurar como um dos principais destinos do investimento direto da China em África, apesar da pandemia do novo coronavírus, segundo dados divulgados hoje por um grupo empresarial com sede em Pequim.