"Não vamos deixar que um grupo de burocratas em Pequim tente controlar as cadeias de produção globais", sublinhou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, de forma agressiva, durante uma rara conferência de imprensa organizada pelo Departamento do Tesouro.
"Para que fique claro, esta não é uma questão apenas dos Estados Unidos (...) é uma manobra económica coerciva contra todos os países do mundo", frisou, por sua vez, o representante do comércio, Jamieson Greer,
Estas declarações foram feitas enquanto as autoridades governamentais de todo o mundo se reuniam em Washington esta semana para as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
"Isto deve enviar uma mensagem clara aos nossos aliados de que precisamos de trabalhar juntos, e é isso que faremos", destacou Bessent aos jornalistas.
A China, o maior produtor mundial de terras raras, anunciou na semana passada novos controlos sobre as tecnologias relacionadas com estes materiais essenciais para as indústrias digital, automóvel, energética e de armamento.
A decisão irritou Donald Trump, que ameaçou impor novas tarifas sobre os produtos chineses e cancelar uma reunião com o seu homólogo Xi Jinping.
"Embora pudéssemos tomar medidas significativas" em retaliação, "preferimos não o fazer", garantiu hoje Scott Bessent.
Segundo o responsável do Tesouro, a China "está aberta à discussão".
"Estou otimista de que a situação possa ser minorada", acrescentou.
Pequim defendeu hoje as suas restrições sobre as exportações de terras raras na quarta-feira, afirmando que estavam em linha com as práticas internacionais.
Estas novas regras são "uma fonte de preocupação", alertou hoje o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Valdis Dombrovskis, à agência France-Presse (AFP).
Valdis Dombrovskis garantiu também que a União Europeia (UE) "está pronta para liderar uma resposta coordenada, particularmente no âmbito do G7".
O Presidente Trump, por sua vez, pareceu estar a oscilar entre o quente e o frio, gabando-se mais uma vez da sua relação pessoal com Xi e ameaçando interromper as compras de óleo alimentar da China pelos EUA.
Scott Bessent garantiu hoje que, de acordo com as suas informações, o presidente Donald Trump ainda planeia reunir-se com o seu homólogo Xi Jinping em breve.
Donald Trump tinha anunciado que estava agendada uma reunião à margem da cimeira da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico), marcada para 31 de outubro e 01 de novembro na Coreia do Sul, antes de dizer que estava a considerar mudar de ideias.
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