Em comunicado, assinado por Isaías Samakuva - que presidiu à UNITA durante 16 anos e sucedeu ao fundador do partido, Jonas Savimbi, após a sua morte em 2002 - "saúda com grande apreço a histórica e corajosa decisão do Presidente da República de Angola de reconhecer e condecorar como Heróis Nacionais os três líderes dos movimentos de libertação: Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Savimbi".
Segundo a nota, "este ato reconhece o mérito de cada um desses heróis nacionais e representa um marco fundamental no processo de reconciliação nacional que é um anseio de toda a sociedade angolana".
A fundação acrescenta que "a condecoração conjunta dos três líderes, simboliza o desejo de ver materializada uma sociedade inclusiva, tolerante e justa, que promove a união, a solidariedade e o respeito entre os angolanos, superando divisões e reconhecendo o papel de cada um na luta pela independência".
A instituição sublinha o "reconhecimento do mérito que o papel de Jonas Savimbi - um dos signatários dos Acordos de Alvor --- desempenhou na luta pela independência de Angola", considerando que, "com este ato", o seu legado fica "formalmente valorizado na história do país, deixando assim para trás mentiras, insinuações, objeções e reservas que, injustamente, muitos teimam manter".
A Fundação "saúda também todos quantos com espírito de justiça histórica e determinação sempre se manifestaram com firmeza a favor dessa decisão patriótica e renova o seu compromisso de continuar a trabalhar pela paz, união e prosperidade de Angola, num clima de reconciliação e harmonia".
Jonas Savimbi, líder histórico da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), morreu em combate em 2002. Isaías Samakuva assumiu então a liderança do partido, que exerceu até 2019, altura em que foi sucedido pelo atual presidente do partido, Adalberto Costa Júnior.
O Presidente da República, João Lourenço, anunciou na abertura do ano parlamentar, na quarta-feira, a condecoração de Agostinho Neto, Jonas Savimbi e Holden Roberto, signatários dos Acordos de Alvor, no âmbito das celebrações dos 50 anos da independência nacional.
Os Acordos de Alvor, assinados em 15 de janeiro de 1975, em Portugal, por Agostinho Neto, pelo MPLA, Holden Roberto, pela Frente NAcional de Libertação de Angola (FNLA) e Jonas Savimbi, pela UNITA, representaram um marco fundamental no processo de transição para a independência de Angola, que seria proclamada a 11 de Novembro de 1975.
Durante a sua mensagem sobre o Estado da Nação, João Lourenço disse que o reconhecimento nacional a figuras que contribuíram para a libertação e formação do Estado angolano é "um ato de alcance sentimental único", simbolizando o respeito e a gratidão do país por todos aqueles que lutaram pela soberania e pela paz.