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Angola começa a realizar transplante de órgãos a partir do próximo ano

Post by: 09 November, 2025
Angola começa a realizar transplante de órgãos a partir do próximo ano

Angola começa, a partir do próximo ano, a realizar cirurgias de transplantes de órgãos humanos, na sequência da aprovação da Lei n.º 20/19 de 20 de Setembro, onde se prevê a substituição de células, tecidos e órgãos para efeitos terapêuticos, anunciou a ministra da Saúde.

Sílvia Lutucuta, que falava em entrevista esta semana à Agência de Notícia (ANGOP) e a Rádio Nacional de Angola (RNA), explicou que vários quadros angolanos estão a ser capacitados no exterior do país para darem início a cirurgias de transplante renais e de medula.

“A lei está aprovada, já existem unidades sanitárias com condições, estamos a formar quadros, temos parcerias já definidas para nos apoiarem nesta fase de arranque dos transplantes, explicou"

A governante anunciou, também, que os serviços da junta médica em Portugal vão fechar até ao final deste ano, devido à melhoria dos serviços de saúde no país, acrescentando que, com a melhoria da assistência, os doentes que, anteriormente, viajavam para outros países estão a ser tratados aqui.

De acordo com a titular da pasta de Saúde, apenas vai se manter a junta médica para África do Sul para o tratamento de alta complexidade.

Introdução da vacina contra a malária em 2026

Sílvia Lutucuta informou,também, que, a partir do próximo ano, o país vai introduzir a vacina contra a malária, doença que continua a ser um grave problema de saúde pública, com o registo de mais de 10 milhões de casos positivos em 2024, afectando principalmente crianças e mulheres grávidas.

As duas vacinas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) contra a malária, frisou, são, actualmente, a RTS, (Mosquirix) e a R21/Matrix-M, ambas destinadas a crianças e aplicadas num esquema de quatro doses.

A titular da pasta da Saúde esclareceu que a introdução da vacina contra a malária surge como parte de um esforço nacional integrado para reduzir os índices da doença e reforçar a capacidade do Sistema de Saúde angolano.

Angola, disse, registou uma redução significativa de casos de malária no primeiro semestre de 2025, passando de cerca de 10 milhões em 2024 para 6,9 milhões de casos positivos este ano.

“Ainda não são cifras que nos agradem, mas o mais importante é saber que estamos a diagnosticar e tratar a malária de forma mais precoce, o que contribuiu também para a redução da mortalidade”, explicou.

A titular da Saúde realçou que abordagem multissectorial do Executivo no combate à malária é coordenada ao mais alto nível pela Vice-Presidente da República, Esperança Costa, envolvendo sectores como Ambiente, Finanças, Águas, Acção Social e Administração do Território.

Vigilância epidemiológica

Além da aposta na vacina, continuou, o Executivo está, também, a reforçar a vigilância epidemiológica e a capacidade laboratorial em todo o país.

Neste sentido, salientou, estão em curso projectos de expansão da rede de laboratórios de referência em 12 províncias, bem como a criação dos Centros de Operações de Emergência em Saúde Pública (COESP), que vão entrar em funcionamento no primeiro semestre de 2026.

“Hoje, temos maior capacidade de resposta em situações de emergência e já conseguimos realizar, a nível local, diagnósticos de várias doenças com potencial epidémico”, afirmou.

Produção de medicamentos

A ministra da Saúde informou que Angola vai começar, em 2026, a produzir alguns medicamentos para atender as necessidades prioritárias de saúde da população, com segurança, eficácia e qualidade.

Segundo a governante, alguns medicamentos, chamados essenciais, vão ser feitos em Angola, com vista a reduzir a dependência das importações e fortalecer o Sistema Nacional de Saúde.

Para o efeito, disse, oito empresas já têm processos em curso para a instalação de unidades de produção de medicamentos em Angola.

Com esse passo, realçou, o Executivo pretende atrair a indústria farmacêutica para Angola, em particular, e, no geral, para o continente africano.“Já temos oito empresas que estão com os processos em curso e acreditamos que no próximo ano já teremos alguns medicamentos essenciais a serem fabricados aqui no país”, afirmou.

A produção nacional de medicamentos e vacinas, explicou, integra a estratégia do Executivo para o fortalecimento da logística, do abastecimento e da segurança farmacêutica.

Nesse sentido, sublinhou, o sector tem vindo a implementar concursos públicos e compras agrupadas para os medicamentos essenciais, com o apoio do Ministério das Finanças, através da Central de Compras de Medicamentos e Equipamentos (CECOMA).

O objectivo, acentuou, é garantir o acesso universal a medicamentos seguros e de qualidade, e avançar também com a subvenção de fármacos destinados a doenças crónicas, como a hipertensão arterial, uma das principais preocupações de saúde pública no país.

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