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Portugal: Cônsul honorário pede a angolanos que encarem Lei dos Estrangeiros “com serenidade”

Post by: 31 October, 2025
Portugal: Cônsul honorário pede a angolanos que encarem Lei dos Estrangeiros “com serenidade”

O cônsul honorário de Angola em Portugal, António Cunha, admitiu hoje que muitos angolanos estão preocupados com a aprovação da nova Lei dos Estrangeiros, mas pediu-lhes que encarem este assunto “com serenidade”.

“Esta nova legislação, já revista e promulgada após as dúvidas e correções levantadas pelas intervenções do Presidente da República e do Tribunal Constitucional, introduz novas regras”, lembrou António Cunha, durante a sessão de inauguração do Consulado Honorário de Angola em Viseu.

O responsável explicou que “o visto de trabalho, de entrada livre, está agora consignado a situações de trabalho altamente qualificado, enquanto os restantes pedidos de visto de residência terão de passar pelo crivo consular, o que é normal”, continuando “a existir a possibilidade de se concretizar o reagrupamento familiar”.

“Os angolanos que aqui estão, com a situação regularizada, podem continuar a viver de forma harmoniosa com os portugueses como, aliás, sempre aconteceu ao longo da nossa história”, frisou.

Na opinião de António Cunha, “naquilo que muitos veem um problema”, há “uma grande oportunidade”, atendendo ao talento e capacidade de inovação do povo angolano. “Essa capacidade de inovar, que é inata nos angolanos, pode e deve ser um fator de consolidação das relações bilaterais, com especial relevância a nível económico e social”, considerou.

O cônsul honorário referiu que “mais de noventa por cento das empresas portuguesas são micro ou pequenas empresas” que precisam “não só da força de trabalho de elementos qualificados, mas também e, principalmente, de inovação técnica e tecnológica que lhes forneça instrumentos e capacidades produtivas”.

Apontou exemplos de estudantes angolanos que frequentam instituições de ensino superior no interior de Portugal que “já participam, ativamente, em processos de produção altamente inovadores que podem ser implementados em Portugal e Angola”.

António Cunha disse acreditar que, com a entrada em funcionamento das instalações hoje inauguradas em Viseu, será melhorada “a qualidade de vida da comunidade angolana residente nesta região”.

“A inauguração destas instalações conclui uma fase importante da ação do Consulado Honorário da República de Angola”, sublinhou, acrescentando que, “passados dois anos e meio da abertura da primeira sede, em Vila Real, e a 10 dias de se assinalarem os cinquenta anos da Independência da República de Angola”, cumpriu o objetivo de abrir a sede em Viseu.

À semelhança das sedes de Vila Real, Guarda e Bragança, a de Viseu tem como objetivos principais favorecer as relações bilaterais entre Portugal e Angola, estimular a cooperação económica, educacional, social e cultural entre os dois povos e “ajudar na integração dos residentes angolanos na sociedade portuguesa, quer sejam estudantes, trabalhadores ou empresários”.

“A comunidade angolana residente no distrito de Viseu, que perfaz cerca de duas mil pessoas, entre estudantes e famílias perfeitamente integrados na sociedade, vão assim beneficiar deste tipo de apoio administrativo que, hoje, é absolutamente fundamental para uma melhor qualidade de vida”, sublinhou.

António Cunha fez votos de que os empresários e os empreendedores do distrito de Viseu “conheçam a realidade da República de Angola de forma a poderem investir num país que tem imensas potencialidades”, o que poderá levar a investimentos na agricultura, na criação de gado, na agroindústria e na exploração mineira.

Estes investimentos poderiam “beneficiar do novo aeroporto internacional, Dr. António Agostinho Neto, que se constitui como um ‘hub’ que liga África à Europa, Médio Oriente e América do Sul e pela linha ferroviária conhecida como Corredor do Lobito, que une os países vizinhos de Angola”.

“Do mesmo modo, pretendemos convencer empresários angolanos a investir também neste distrito e, desta forma, estaremos a contribuir, igualmente, para combater a desertificação do interior português”, acrescentou.

Last modified on Friday, 31 October 2025 16:58
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