A Polícia angolana fez um balanço positivo da manifestação de estudantes contra o aumento das propinas, realizada hoje em Luanda, indicando, porém, que o protesto ficou marcado pelo aproveitamento de “um grupo de arruaceiros”.
Centenas de angolanos protestaram hoje em Luanda contra o aumento das propinas, do combustível, dos serviços do táxi e da precariedade das famílias, acusando as autoridades de insensibilidade ao clamor do povo e criticando impedimentos da polícia.
A Amnistia Internacional instou hoje as autoridades angolanas a respeitar e garantir o direito à liberdade de reunião e que as manifestações de 19 e 26 de julho, "contra o elevado custo de vida", sejam facilitadas e protegidas.
Bispos católicos alertaram hoje para a "iminência de convulsões" porque grande parte da população angolana está em condição de indigência devido ao agravamento da carência alimentar, originada pela "penalizante carga fiscal e salários sem poder de compra".
Estudantes angolanos anunciaram hoje marchas de protesto em várias províncias, no sábado, contra o aumento das propinas no ensino privado, dos combustíveis e contra o aumento das tarifas de água e eletricidade, que "agravam" o sofrimento das famílias.
Pelo menos nove pessoas ficaram feridas e 17 foram detidas na sequência dos protestos de sábado, em Luanda, contra a subida do preço do combustível, disseram hoje os organizadores, anunciando nova marcha para o dia 26 de julho.
A presidente do parlamento angolano, Carolina Cerqueira, disse hoje, em Maputo, aguardar informação oficial sobre deputados impedidos de participar na manifestação de sábado, em Luanda, contra os aumentos dos preços dos combustíveis, afirmando que são "constitucionalmente protegidas".
O grupo parlamentar da UNITA, maior partido da oposição angolana, condenou e repudiou "com veemência" as agressões contra cidadãos, em particular de deputados, que participaram no sábado numa manifestação em Luanda, pedindo responsabilização dos autores destes atos.
A polícia angolana dispersou hoje com gás lacrimogéneo a marcha de centenas de cidadãos que protestavam, em Luanda, contra o aumento do preço dos combustíveis e dos transportes coletivos, criticando as autoridades governamentais.
Ativistas angolanos acusaram hoje a polícia de intimidações e tentativa de abortar a conferência de imprensa em que reafirmaram a realização da marcha, sábado, contra a subida do preço do combustível e dos transportes, num itinerário “aceite” pelo Governo.