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FNLA suspende histórico militante Ngola Kabangu devido a insultos e sabotagem

01 Outubro, 2025
FNLA suspende histórico militante Ngola Kabangu devido a insultos e sabotagem

A direção da FNLA, partido da oposição angolana, suspendeu hoje o nacionalista e histórico militante do partido Ngola Kabangu, membro do bureau político e do comité central, devidos aos “ataques verbais, insultos e campanhas de sabotagem” contra a atual liderança.

A decisão foi anunciada em conferência de imprensa pelo presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Nimi a Simbi, o qual afirmou que o militante está suspenso de participar nas reuniões dos órgãos centrais do partido até à conclusão do processo disciplinar em curso.

Segundo o dirigente da FNLA, Ngola Kabangu, que foi presidente do partido entre 2007 e 2011, após a morte do líder fundador do partido, Holden Roberto, tem desenvolvido ações, desde 2021, que visam descredibilizar a atual direção da formação política.

“Desde então, temos resistido a uma série de ataques verbais, insultos, campanhas de desinformação e ações paralelas que têm como único objetivo sabotar a unidade interna e descredibilizar a nova direção legítima da FNLA”, argumentou.

Ngola Kabangu, 82 anos, foi deputado da FNLA e ministro do Interior do Governo de Transição de 1975, na sequência dos Acordos de Alvor que conduziram Angola à independência em 11 de novembro de 1975. Nimi a Simbi, eleito presidente do partido em 2021, em substituição de Lucas Ngonda, disse também que Kabangu, que tinha abandonado o partido durante cinco anos, ressurgiu depois do congresso de 2021 “agindo, de forma reiterada, à margem das normas estatutárias, promovendo desordem e opondo-se ao normal funcionamento do partido”.

“Tem realizado atividades paralelas com o simples propósito de destituir o presidente eleito para tomar de assalto a direção da FNLA, tendo adotado este método para a sua desestabilização”, referiu o presidente da FNLA.

O atual líder da FNLA, partido que nas eleições gerais de 2022 elegeu apenas dois deputados, disse ainda que Ngola Kabangu se autoproclama “herdeiro exclusivo da FNLA”, assumindo uma postura autoritária, arrogante e contrária ao espírito da legalidade democrática do partido.

Nimi a Simbi admitiu avançar com uma queixa-crime contra Ngola Kabangu face à gravidade das acusações proferidas contra si. A FNLA, partido histórico angolano e um dos signatários do Acordo de Alvor assinado em 15 de janeiro de 1975, juntamente com o MPLA, a UNITA e o Governo português da altura, tem vivido crises internas desde a morte do seu líder fundador, Álvaro Holden Roberto, em 2007.

Kabangu, derrotado por Lucas Ngonda no congresso de 2021, contestou os resultados judicialmente, tendo o Tribunal Constitucional validado a vitória de Lucas Ngonda, facto que deu azo a “alas” internas e disputas, naquele período, sobre a liderança legítima do partido.

No congresso de 2021, em que Nimi a Simbi foi eleito presidente, foi anunciada a reconciliação entre Ngola Kabangu e Lucas Ngonda, fazendo prever alguma estabilidade na FNLA.

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