Mais do que uma habitual mensagem sobre o Estado da Nação, João Lourenço disse querer dirigir-se ao povo para partilhar “uma caminhada heroica de cinco décadas”, sublinhando a determinação em “continuar a trabalhar com todos para a construção de uma nação próspera”.
O chefe de Estado recordou o expansionismo e a ocupação colonial, “a pilhagem de recursos, a escravatura e a discriminação que foram fazendo morada ao longo do período colonial”, destacando que “a resistência à ocupação ao longo da história foi essencial para transmitir uma mensagem de não resignação”.
Segundo João Lourenço, o nacionalismo pôs fim às lutas isoladas e evoluiu para a luta clandestina juntando o povo em torno de uma mesma causa.
O Presidente destacou episódios como a revolta da Baixa de Cassanje, em 1961, os assaltos à cadeia de São Paulo e às fazendas de café como “galvanizadores da luta de libertação nacional”, que culminaram “na histórica madrugada” de 11 de novembro, com a proclamação de Angola.
“Das trevas da longa noite colonial, de repente fez-se luz em plena madrugada. Reconquistámos a nossa dignidade, conquistámos a nossa soberania, içámos a nossa bandeira, entoámos o nosso hino, reacendemos a chama da esperança”, afirmou João Lourenço, sob fortes aplausos.
O Presidente salientou que essa madrugada “trouxe a Angola novos e complexos desafios”, lembrando que, “contrariamente ao desejado”, a independência não trouxe a paz e a estabilidade necessárias à construção e desenvolvimento do país independente que acabava de nascer.
“Porque os saudosistas encabeçaram uma cruzada internacional para matar o frágil bebé ainda no berço e assim poderem neocolonizar-nos”, expressou.
Referiu-se ainda à “longa e destruidora guerra” que se seguiu, dizimando milhões de angolanos e o tecido económico do país, o que “adiou os sonhos dos angolanos”.
João Lourenço prossegue esta manhã com a mensagem sobre o Estado da Nação, no ato solene que marca a abertura do ano parlamentar.
A cerimónia assinala o início oficial dos trabalhos parlamentares e decorre na Sala do Plenário, com a presença de cerca de 500 convidados.