À semelhança de 2014, altura em que ocorreu a primeira operação censitária no pós Independência do país, os resultados definitivos do Censo/2024 voltam a confirmar que Angola continua a ter mais mulheres do que homens, ou seja, as mulheres representam 51% da população angolana, enquanto os homens 49%.
Os dados foram divulgados hoje pela directora-adjunta do INE, Teresa Spínola, durante o acto oficial de apresentação dos resultados do Censo/2024.
Na ocasião, Teresa Spínola disse que o novo recenseamento aponta ainda para uma população jovem, com 62% dos angolanos abaixo dos 25 anos, e uma taxa de literacia de 72,6% entre indivíduos com 15 anos ou mais.
Acrescentou que os resultados definitivos resultam da contagem da população residente no país, tendo como referência o dia 19 de Setembro de 2024, altura em que iniciou o recenseamento.
O Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH) iniciou às 0h00 do dia 19 de Setembro, com a recolha de dados dos sem-abrigo, em todo território nacional, e terminou a 19 de Novembro de 2024.
Sob o lema "Juntos contamos por Angola”, o Censo 2024 foi antecipado pelo processo de actualização da malha cartográfica angolana e pelo censo piloto, realizado em sete das 18 províncias do país, na altura, visto que Angola passou a ter 21 províncias em 2025.
Essa operação surge dez anos depois de Angola ter realizado o Censo 2014, que decorreu de 16 a 31 de Maio.
Na altura, a população angolana foi estimada em 25 milhões 789 mil e 24 habitantes, dos quais seis milhões 945 mil e 386 viviam em Luanda, sendo a província mais populosa de Angola.
Do universo do recenseamento de 2014, 12 milhões 499 mil e 41 eram homens e 13 milhões 289 mil e 983 mulheres.
O Recenseamento Geral da População e Habitação visa, essencialmente, disponibilizar base de dados para o planeamento, gestão e tomada de decisões, bem como construir uma base de amostragem para a selecção de amostras de inquéritos junto aos agregados familiares.
Consta igualmente dos objectivos, conhecer a estrutura da população para todas as unidades administrativas do país, reforçar a capacidade nacional técnica e material para conduzir recolhas futuras de dados.
Dados indicam que a primeira tentativa para registar dados populacionais em Angola aconteceu a 21 de Maio de 1770, facto que permitiu obter uma estimativa da população categorizada por idade, sexo, nascimento e morte.
Mais tarde, no século 20, houve o recenseamento da população em 1970, tendo apurado a existência de perto de 5,6 milhões de pessoas.