A filha do ex-presidente angolano Tchizé dos Santos apresentou hoje recurso da decisão judicial que entrega o corpo do pai à ex-mulher e argumenta que o processo é civil e não criminal.
O juiz que decidiu entregar os restos do ex-presidente de Angola à sua viúva argumentou que Ana Paula dos Santos tem preferência sobre os filhos na disputa pelo cadáver e confirmou definitivamente morte por causas naturais.
"A decisão do juiz de instrução número 11 de Barcelona de entregar o corpo do antigo presidente angolano José Eduardo dos Santos à sua antiga mulher será sujeita a recurso" por uma das filhas de Zedu.
O porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) apelou hoje ao diálogo entre a família do ex-presidente da República José Eduardo dos Santos e o Governo no diferendo sobre a transladação dos seus restos mortais
O ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos não deixou testamento, dificultando a tarefa da justiça espanhola na batalha legal que envolve Governo e a família, disse à Lusa fonte próxima do processo.
Os filhos mais velhos do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos comprometeram-se hoje a colaborar na realização de um funeral nacional, mas após as eleições de 24 de agosto e pedem um mausoléu para acolher os restos mortais.
As autoridades judiciais espanholas decidiram pedir mais provas forenses sobre a morte de José Eduardo dos Santos, falecido em 08 de julho, embora os primeiros resultados da autópsia apontem para causas naturais.
O coordenador do Observatório Político e Social de Angola (OPSA) disse hoje que o impasse do funeral de José Eduardo dos Santos revela um “desencontro” entre antigo e o atual Presidente e isso “não é positivo para o MPLA”.
O político angolano Abel Chivukuvuku criticou hoje a hipocrisia do Governo face a José Eduardo dos Santos, considerando que cabe à família decidir que tipo de cerimónia fúnebre pretende e ao Estado concretizar essa vontade.
O presidente da UNITA aconselhou o Governo angolano a tirar do plano público a “má imagem de conflitualidade” devido às divergências sobre o funeral de José Eduardo dos Santos, que são consequência da perseguição que moveu contra o ex-presidente.