Num comunicado de imprensa hoje divulgado, a PGR refere que os arguidos russos Igor Rotchin Mihailovich e Lev Matveevich Lakshtanov, e os angolanos Amor Carlos Tomé e Oliveira Francisco, detidos no dia 07 de agosto deste ano, praticaram também os crimes de instigação pública ao crime, terrorismo, corrupção ativa de funcionário e introdução ilícita de moeda estrangeira no país.
Os quatro homens foram detidos na capital angolana na sequência de uma greve organizada, em finais de julho, por taxistas, para protestar contra a subida do preço dos combustíveis e, consequentemente, o aumento das tarifas dos transportes públicos, que resultou em atos de vandalismo, com um saldo de pelo menos 22 mortos, 197 feridos e 1.214 detenções, segundo as autoridades angolanas.
Segundo o documento, está concluída a instrução preparatória dos autos e "ficou provada a existência de fortes indícios" de que os arguidos russos "fazem parte de uma organização internacional que tem vindo a desestabilizar Estados e Governos, sobretudo em África, mediante recrutamento e financiamento de cidadãos nacionais com capacidade de mobilização de outros cidadãos para a prática de atos de desobediência civil generalizada, tal como ocorreu nos dias 28, 29 e 30 de julho do corrente ano, aquando da greve dos taxistas".
"Diante dos factos, foi deduzida a acusação e, no dia 27 de novembro de 2025, foram os arguidos e seus advogados formalmente notificados da acusação", refere-se na nota.