Corredor do Lobito deve ser um ecossistema económico - Banco Mundial

Post by: 25 Julho, 2025

O diretor executivo do Banco Mundial defendeu hoje que o corredor do Lobito deve ser um ecossistema económico à volta da linha de ferro entre o Lobito e a fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo).

"Visitei a linha de caminho de ferro, estamos a ver o potencial do projeto, mas também a necessidade de desenvolver um ecossistema, ou seja, não é só transporte, é muito mais desenvolvimento de agroindústrias, e ver como podemos fazer a integração com a República Democrática do Congo e com a Zâmbia, disse Axel van Trotsenburg.

Em entrevista à Lusa no final da visita a Angola, esta semana, o `número dois` do Banco Mundial disse que a visita "foi muito encorajadora" e acrescentou: "Sugerimos a criação de um ecossistema económico que aproveite as potencialidades da zona de livre comércio continental [AfCFTA, na sigla em inglês] e, de certa maneira, ganhar um impulso no crescimento através da integração das economias".

Um dos aspetos deste projeto que, essencialmente, consiste na reabilitação da linha de ferro que vai do porto de Lobito até à fronteira com a RDCongo para o transporte de minerais, é a necessidade de reabilitar o transporte de passageiros.

"Isto dará novas oportunidades de conectividade ao longo do caminho de ferro, que pode incluir turismo e oportunidades de investimento, particularmente tendo em conta o porto de águas profundas que está localizado de forma muito favorável", disse o dirigente do Banco Mundial.

Questionado sobre se o Governo de Angola está apostado na criação de agroindústrias à volta da linha central de transporte de minérios da República Democrática do Congo para o Lobito, Axel van Trotsenburg respondeu: "Nas conversas como Governo e com as autoridades locais, este conceito alargado do corredor está muito presente nas suas mentes".

O Corredor do Lobito é uma infraestrutura ferroviária que atravessa Angola ao longo de 1.300 quilómetros ligando o Porto do Lobito, no litoral, à fronteira com a RDCongo para escoar a produção de minerais críticos das regiões do Copperbelt (RDCongo) e Kolwezi (Zâmbia).

A operação é assegurada pela Lobito Atlantic Railway (consórcio que integra a portuguesa Mota-Egil, a suíça Trafigura e a belga Vecturis), e deverá contar com um investimento de quase mil milhões de dólares (850 milhões de euros), parcialmente financiados pela agência de financiamento norte-americana Development Finance Corporation (DFC) e pelo Banco de Desenvolvimento da África Austral, para além da União Europeia e de bancos multilaterais envolvidos no projeto.

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