Angola lamenta conectividade aérea intra-africana limitada que afeta fluxo de turistas

Post by: 22 July, 2025

O Governo angolano considerou hoje que a conectividade aérea intra-africana permanece limitada, “com rotas diretas escassas e elevados custos operacionais”, que afetam o fluxo de turistas e promoção de empregos, defendendo políticas integradas para a sua liberalização.

Segundo o secretário de Estado da Aviação Civil, Marítimo e Portuário de Angola, Rui Carreira, hoje, mais do que nunca, torna-se essencial reforçar o papel do transporte aéreo como facilitador da mobilidade, do comércio, da integração regional e, principalmente, como instrumento de coesão e crescimento económico sustentável.

Em declarações na abertura da 2.ª Conferência Ministerial da ONU Turismo e a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla inglesa) sobre Turismo e Transportes Aéreos em África, em Luanda, o dirigente defendeu políticas integradas para a promoção da liberalização do espaço aéreo africano.

O continente africano “possui um dos maiores potenciais turísticos do mundo: uma diversidade cultural riquíssima, património cultural único e uma juventude dinâmica e empreendedora.

No entanto, menos de 5% do tráfego aéreo mundial está concentrado em África, um continente que representa 16% da população mundial”, realçou. Rui Carreira disse igualmente constatar que uma parcela muito significativa do turismo intra-africano ainda enfrenta barreiras operacionais, regulatórias, logísticas, “sem esquecer os constrangimentos gerados pela instabilidade política em alguns países”.

“É precisamente diante deste contexto que o transporte aéreo precisa de ser visto não como um custo, mas como um investimento estratégico para os Estados africanos”, defendeu. O governante angolano afirmou ser imperativo que o continente africano avance com políticas integradas que promovam a liberalização do espaço aéreo no espírito do Mercado Único Africano de Transporte Aéreo e da Decisão de Yamusukro.

Carreira defendeu também o fortalecimento das infraestruturas aeroportuárias, com foco na eficiência, segurança e sustentabilidade ambiental, e a cooperação regional, envolvendo operadores aéreos, autoridades turísticas e parceiros internacionais, “com o objetivo de criar um ecossistema mais resiliente, acessível e inovador”.

A formação de quadros técnicos, a digitalização dos serviços aeroportuários e o estímulo de investimentos privados e parcerias público-privadas constituem igualmente, na perspetiva do secretário de Estado de Angola, eixos fundamentais para viabilizar projetos de longo prazo e alinhar o setor aéreo africano com os padrões globais.

“O turismo e o transporte aéreo não são setores isolados. Eles são eixos transversais que conectam saúde, educação, cultura, comércio e diplomacia”, concluiu.

Esta conferência ministerial que decorre na capital angolana, entre 22 e 24 de julho, sob os auspícios da ONU Turismo e a ICAO, congrega líderes governamentais do continente africano, operadores do setor aéreo e turístico e empresários.

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