O MPLA, com seus mais de 50 anos de poder absoluto, criou uma ideologia fascinante — ou melhor, fascistizante — baseada na lógica do "inimigo interno eterno". Uma lógica muito útil, aliás. Sempre que a casa começa a arder, o bombeiro aparece... com gasolina, e diz: "A culpa é da oposição!"

Sim, meus caros, estamos diante de um caso clássico de governação por espelho retrovisor: nada é responsabilidade do condutor. O carro está a cair no abismo, mas o culpado é quem gritou: "Cuidado com o precipício!"

Aliás, o General Fome, promovido a Marechal nestes últimos anos, continua sua marcha triunfal pelas casas, bairros e províncias — sob aplausos envergonhados de uma elite que há muito abandonou o povo em nome de "planos estratégicos" que só funcionam nas planilhas do Excel.

Enquanto isso, lá na Assembleia Nacional, os deputados do MPLA seguem firmes no seu teatro democrático, aprovando leis como quem aprova receitas de bolo — só que os ingredientes são repressão, censura e ataque à soberania popular.

E quando alguém levanta a voz, pedindo o básico (paz, pão, liberdade e Constituição!), respondem com acusações, insultos e, claro, a já tradicional repressão policial.

A UNITA, por sua vez, com todos os seus erros e acertos, tem sido coerente na defesa do direito à manifestação, do pluralismo democrático e da ideia simples (mas subversiva, para o regime): de que o povo é soberano, e não súbdito.

Mas, para os que se afogam em ideologias mofadas, qualquer ideia de alternância é "desestabilização". E qualquer crítica é "tentativa de golpe".

Já vimos este filme antes. Chama-se Manual de Sobrevivência de Regimes Autocráticos. A única diferença é que agora está em streaming, patrocinado com os nossos impostos.

Portanto, caro povo angolano: atenção!

Quando te disserem que a culpa é da UNITA, lembra-te:

Quem governa há 50 anos?

Quem geriu o petróleo, os diamantes, o crédito chinês e a reconstrução nacional?

Quem assina os decretos e os orçamentos?

Exatamente. O fascismo angolano tem nome, tem rosto e tem um grupo parlamentar que aprova tudo — menos a democracia real.

Fascismo em Angola é para banir.

Ditadura disfarçada de "maioria qualificada" é para desmascarar.

O povo merece liderança — não ladainha.

Obrigado e até à próxima reunião do Bureau Político! (Se me deixarem entrar...)

Por General Kamalata Numa