Bornito de Sousa, que se desloca em representação do Presidente angolano, João Lourenço, vai juntar-se ao representante da República Árabe Sarauí Democrática (RASD), ao presidente da Câmara dos Representantes (Parlamento) da Guiné Equatorial e à nova secretária executiva da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Stergomena Lawrence Tax, primeiros convidados a chegar ao Zimbabwe.
O candidato da União Nacional Africana do Zimbabwe - Frente Patriótica (ZANU-PF), Emmerson Dambudzo Mnangagwa, 71 anos (faz 72 a 16 de setembro próximo), venceu as eleições presidenciais de 30 de julho, com 50,8% dos votos.
A posse de Mnangagwa ocorre dois dias depois de o Tribunal Constitucional zimbabueano ter confirmado a vitória eleitoral.
A investidura de Mnangagwa assinala o fim de um período pós-eleitoral marcado pela violência que provocou a morte de seis manifestantes e o clima de contestação pela oposição.
Inicialmente, a cerimónia deveria ter-se realizado a 12 deste mês, mas a queixa apresentada pelo principal partido da oposição, o Movimento para a Mudança Democrática (MDC, na sigla em inglês), junto do Tribunal Constitucional suspendeu a investidura.
Na sexta-feira, o Tribunal Constitucional rejeitou as alegações apresentadas pelo MDC, do candidato da oposição Nelson Chamisa, e que davam conta da existência de fraude nas eleições de 30 de julho.
O TC rejeitou as alegações por considerar que os argumentos de Chamisa não eram suficientes.
"Emmerson Dambudzo Mnangagwa é devidamente declarado como vencedor das eleições de 30 de julho", disse o presidente daquele tribunal, Luke Malaba, ao revelar a decisão unânime dos nove juízes.
Como resposta, o MDC afirmou que iria "anunciar um vigoroso programa de ação em resposta ao roubo eleitoral do século".
As expectativas para as eleições de 30 de julho eram altas, uma vez que foram as primeiras desde a saída de Mugabe, que liderou os destinos do país durante 37 anos.
Com o veredicto do Tribunal Constitucional de Justiça do Zimbabué, confirma-se, em menos de um ano, mais uma alteração na chefia do Estado em vários países a África Austral.
Há cerca de um ano, João Lourenço foi investido presidente de Angola em substituição de José Eduardo dos Santos, enquanto Cyril Ramaphosa sucedeu Thabo Mbeke, na África do Sul, e Mokgweetsi Masisi, no Botsuana substituiu Ian Khama.
Hoje Mnangagwa prepara-se para tomar posse como segundo presidente eleito do Zimbabwe, depois de Robert Mugabe.
O Zimbabué é um Estado membro da SADC, organização de integração regional em que Angola presidiu, até 17 deste mês, o órgão para a Cooperação nas áreas de Política, Defesa e Segurança e a África do Sul passou a presidência rotativa à Namíbia.
Integram os Estados membros associados da SADC dois Estados lusófonos, Angola e Moçambique, bem como África do Sul, Botsuana, Eswatini (ex-Suazilândia), Ilhas Maurícias, Ilhas Seychelles, Lesoto, Madagáscar, Malaui, Namíbia, República Democrática do Congo (RDC), Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué.