Falando à Angop, Pedro Gomes acusou os outros militantes de quererem destruir o partido por causa de ambições desmedidas, quando, segundo o mesmo, a solução já tinha sido encontrada no congresso realizado de 20 a 24 de Junho de 2018, em Luanda.
Na sua perspectiva, as duas alas deveriam aderir às conclusões do congresso da sua ala, por ter sido consensual, inclusivo e organizado com base nos ditames do Tribunal Constitucional sobre a organização e o funcionamento dos partidos políticos.
Todos os membros do Bureau Político e do Comité Central das outras duas alas foram incluídos na nova direcção do partido, incluindo Lucas Ngonda, explicou.
Para o político, no termo do congresso a nova direcção da FNLA remeteu o dossier ao Tribunal Constitucional, cumprindo com o disposto nos nºs 7 do artigo 20 e 1 do artigo 21, ambos da Lei 22/10 - Lei dos Partidos Políticos, com o objectivo de aferir e ou a anotar o congresso em apreço, nos termos da alínea b) do nº 1 do artigo 63 da Lei 3/08, de 17 de Junho, Lei orgânica do Processo constitucional.
Recorde-se que o congresso que a ala da FNLA de Lucas Ngonda, reconhecida pelo Tribunal Constitucional, realizou de 25 a 27 de Junho último, na província do Huambo, expulsou Fernando Pedro Gomes, Laíz Eduardo, Ndonda Nzinga e mais um membro do bureau político daquela formação política.
No entanto, há algumas semanas, elementos que se consideram veteranos da FNLA têm exigido a demissão de Lucas Ngonda da presidência do partido.
A crise política na FNLA vigora há mais de 20 anos.
A FNLA, fundada em 1962, depois da união entre a UPA, de Holden Roberto, e o Partido Democrático Angolano (PDA), de Dom Massaki Mikolai e Emmnuel Kunzika, é um dos três partidos tradicionais que combateram o colonialismo português.