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Caça furtiva é a principal ameaça ao elefante em Angola - ministra do Ambiente

Post by: 06 Mai, 2019

A ministra do Ambiente angolana, Paula Francisco Coelho, denunciou, hoje, em Kasane, Botsuana, que a caça furtiva constitui a "principal ameaça" à sobrevivência dos elefantes em Angola, país onde "tomou já contornos de crime organizado internacional".

Paula Francisco Coelho encontra-se em Kasane para participar na Cimeira do Elefante, que se realiza na terça-feira naquela cidade ecoturística tsuanesa, evento em que representa o Presidente de Angola, João Lourenço.

Citada pela agência noticiosa angolana Angop, a ministra do Ambiente angolana disse ser "difícil", para já, estimar o número da população de elefantes em Angola, país em que convivem duas espécies, o elefante da floresta e o da savana, nas regiões Norte, Sul e leste de Angola.

Estimativas não oficiais indicam que, em Angola, a população de elefantes começou a crescer a partir de 2015, atingindo, na atualidade, pouco mais de três mil cabeças, contra as cerca 70 mil, antes da década de 1970, então uma das maiores populações da África subsaariana.

"Devido ao processo de desminagem em curso, apenas foi possível fazer-se o levantamento em dois parques nacionais, o que não reflete a população total de elefantes no país", afirmou Paula Francisco Coelho.

Quanto às políticas do Governo em relação à preservação da flora e da fauna, a ministra declarou que Angola, sob a coordenação do Ministério do Ambiente, está a atualizar os instrumentos jurídicos existentes.

Segundo Paula Francisco Coelho, a Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros já aprovou a Estratégia e o Plano de Ação Nacional para a Biodiversidade, legislação que visa delinear diretrizes sobre o uso das plantas pelas comunidades locais, criar áreas de conservação e avaliar o estado das espécies da fauna selvagem.

Angola já ratificou diversas convenções internacionais, tais como a da Biodiversidade, Espécies Migratórias e Combate ao Comércio Ilegal das Espécies Ameaçadas de Extinção.

A governante acrescentou que o Ministério do Ambiente estabeleceu parcerias com instituições de investigação científica, a nível nacional e internacional, para fazer um levantamento das espécies da fauna e da flora em vias de extinção, a sua distribuição e a sua importância no domínio da ciência e da componente social.

Quanto ao caso particular da população de elefantes, existem programas de conservação desta espécie, tendo sido desenvolvidos a Estratégia e o Plano de Ação Nacional para os Elefantes, e, ainda, o Plano de Ação Nacional sobre o Marfim.

Paula Francisco Coelho, que é acompanhada na cimeira por responsáveis do departamento ministerial e pela embaixadora de Angola no Botsuana, Beatriz Morais, referiu que foi igualmente criada a Unidade de Combate aos Crimes Ambientais, constituída pelas instituições que zelam pelas questões de defesa, segurança e legalidade constitucional.

A Cimeira de Elefantes de Kasane tem como objetivo reunir chefes de Estado e de governo, ministros e organismos de integração regional do Projeto de Conservação das Áreas Transfronteiriças do Okavango-Zambeze, de que Angola faz parte.

De uma forma geral, a população de elefantes africanos diminuiu 20% de 2006 a 2015 devido à procura acentuada de marfim, anunciou a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Esta organização de defesa da vida selvagem referiu que foi possível contar com precisão 415 mil elefantes em África em áreas onde foram realizadas extensas pesquisas e onde, em 2006, havia mais de 500 mil elefantes.

Em algumas áreas do continente africano, como o Sudão do Sul, Libéria e a República Centro-Africana, nenhum estudo sistemático foi realizado, sendo, por isso, difícil analisar a evolução das populações de elefantes.

De acordo com a UICN, no Censo do Grande Elefante, a população da espécie em África sofreu uma assustadora queda de 30% em apenas sete anos, de 2007 a 2014, e continua a cair a uma taxa anual de 8%.

O Botsuana, com 130 mil espécimes, tem a maior número de elefantes do continente africano, reunindo cerca de 37% da população ameaçada de paquidermes de África.

Last modified on Segunda, 06 Mai 2019 20:17
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