×

Aviso

JUser: :_load: Não foi possível carregar usuário com ID: 885

Historiador defende que Angola mantém "expectativa" da luta contra a corrupção

Post by: 29 Mai, 2019

O historiador congolês Jean-Michel Mabeko-Tali frisou hoje que "a expectativa de Angola na luta contra a corrupção continua", defendendo que se "tem de dar tempo ao chefe do Estado" angolano para que "tudo se resolva".

Numa tertúlia subordinada ao tema "As mudanças Sociopolíticas em Curso em Angola", Jean-Michel Mabeko-Tali, autor da 2.ª edição da obra "Guerrilhas e Lutas Sociais - O MPLA perante si próprio (1960-1977)", sublinhou que "não é fácil reformar em um ano ou dois".

O congolês assinalou ainda a existência de "assuntos melindrosos" e referiu que "um dos maiores desafios" do Presidente de Angola e do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Lourenço, será realizar "a reconciliação nacional" e mesmo "a reabilitação política no partido".

Neste debate, o nacionalista angolano Adolfo Maria vincou que Angola entrou em 2017 com "uma situação económica e política profundamente degradada e houve uma mudança de Presidente da República e do MPLA".

"Não é a primeira vez que um regime se auto regenera na história mundial. Em Angola, a sociedade é fraca, quase que não se exprime, e a oposição com vários partidos, sem linhas programáticas, não têm força de alternativa à MPLA", disse, acrescentando que "as esperanças ficam corporizadas na Presidência de João Lourenço".

Numa reflexão sobre o interior do MPLA, Adolfo Maria manifestou a convicção de que "uma parte da elite - políticos, generais e empresários - tomou consciência de que estava num caminho que era preciso mudar".

"O MPLA é um partido com muita força, o partido da modernidade, com uma matriz urbana. O MPLA quer pela sua origem, quer pela maneira como se envolveu no processo político e na guerra civil, é transversal a toda a sociedade angolana e essa parece ser a força do MPLA", notou Adolfo Maria, que participou no combate pela democracia no seio do partido, em 1974, como membro da tendência Revolta Ativa.

Esse envolvimento originou um mandado de captura contra vários elementos dessa tendência, em abril de 1976, cinco meses após a independência de Angola.

O também escritor observou que, "quando João Lourenço abriu uma atitude política totalmente diferente do antecessor" na Presidência de Angola e do MPLA, "criou um engajamento profundo com a sociedade e criou outra dinâmica social", depois de ter recebido "uma herança muito pesada".

Numa tertúlia moderada pelo historiador Alberto Oliveira Pinto, o médico Manuel Videira recordou as várias crises do MPLA (a de 1962, a de 1974 e após a independência de Angola) e o 27 de maio de 1977, em que houve uma tentativa de golpe de Estado, liderado por Nito Alves, ex-dirigente do MPLA, opositor do Presidente Agostinho Neto.

Sobre o 27 de maio de 1977, considerada "questão fraturante" em Angola e exemplo "da intolerância instalada no MPLA" por Adolfo Maria, foram proferidas opiniões de participantes e assistentes da necessidade de reparação às vítimas, como foi anunciado este ano pelo Governo de João Lourenço.

Last modified on Quarta, 29 Mai 2019 20:52
- --