Rafael Savimbi candidato à presidência da UNITA quer alcançar poder em 2027

Post by: 21 Outubro, 2025

O político Rafael Massanga Savimbi formalizou hoje a sua candidatura à presidência da UNITA, oposição angolana, garantido que a sua entrada na corrida à liderança visa contribuir para que o partido assuma o poder político em 2027.

Rafael Massanga Savimbi, de 47 anos, formalizou hoje a sua candidatura à liderança da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição) em ambiente de alguma euforia, cânticos, danças e aplausos.

À entrada do complexo da SOVSMO, afeto ao partido, Massanga esteve ladeado da mulher, da mãe e de alguns dirigentes históricos do partido, como Manuel Savihemba e o deputado Domingos Palanga, bem como de um cordão de mulheres do braço feminino do partido – trajadas de verde e vermelho - que, com produtos alimentares à cabeça, marchavam entoando canções.

Duas pastas de documentos conformavam a candidatura de Massanga Savimbi (filho do fundador do partido, Jonas Savimbi) entregues à comissão de mandatos, criada no âmbito do XIV Congresso Ordinário da UNITA, agendado para 28 a 30 de novembro na capital angolana.

Após a entrega da documentação, seguida de vários aplausos, a mandatária da candidatura, Amélia Judith Ernesto, garantiu aos presentes na sala, entre membros, militantes do partido e atores da sociedade civil, que apoiar Rafael Massanga Savimbi é acreditar na renovação com continuidade.

“É escolher alguém que represente a geração de transição jovem para dialogar com a juventude, suficientemente maduro, que respeita os mais velhos e vai honrar a história. Ele traz consigo a herança dos seus antepassados que evoca a coragem, mas também a responsabilidade de fazer diferente para o melhor”, referiu.

Segundo a mandatária, Massanga Savimbi carrega igualmente a inteligência política de quem compreende as dinâmicas do presente, a energia e integridade que inspiram confiança e a capacidade de mobilizar consensos e fortalecer a união entre os membros do partido, promovendo cooperação e sentido de pertença para cada militante.

Amélia Judith Ernesto assegurou, por outro lado, que a candidatura “não é apenas sobre liderança partidária: É sobre reconstrução moral e ética da política angolana. É sobre fortalecer o papel da UNITA como força política que sonha, propõe e inspira a governar com ética e valores, num compromisso distinto, marcado pela transparência, responsabilidade e respeito à dignidade nacional”.

“Esta entrada [da candidatura] não é apenas um ato administrativo, mas um gesto simbólico de compromisso, de ordem e responsabilidade que confirma a vontade legítima do pré-candidato em servir a UNITA e o povo angolano, com transparência, ética e propósito”, salientou a mandatária.

Aos jornalistas, Rafael Massanga Savimbi classificou a formalização da sua candidatura como um primeiro e muito importante passo, em respeito aos estatutos do partido, acreditando que o processo vai correr bem e que a UNITA sairá deste conclave mais unida.

“O partido não vai sair fragmentado deste processo, mas, pelo contrário, saíra mais unido, mais forte para disputarmos as eleições em 2017 e vencê-las”, disse.

“Este é o momento de eu dar o meu contributo para que o nosso partido se unifique cada vez mais, se organize melhor e dispute taco a taco com o MPLA (partido no poder) e vença as eleições. A minha entrada é para contribuir para que a UNITA assuma o poder político em 2027”, garantiu.

Massanga vai disputar a liderança da UNITA com o presidente cessante do partido, Adalberto Costa Júnior, que formalizou a sua recandidatura na semana passada e conta com o apoio de mais de 100 personalidades do partido, entre militantes históricos e atuais dirigentes.

O manifesto público de apoio à recandidatura de Costa Júnior foi desvalorizado por Rafael Massanga Savimbi, observando que este “não é único concorrente” e que vai disputar a liderança em diálogo com os militantes e a sociedade civil.

“Nós vamos disputar o congresso, vamos conversar com os militantes, vamos conversar com a sociedade e vamos partilhar a nossa visão e acho ser este aspeto mais importante e no fim os delegados vão decidir”, declarou.

O político enalteceu o anúncio do Presidente angolano, João Lourenço, da condecoração de Jonas Savimbi, no âmbito dos festejos dos 50 anos de independência de Angola: “É um bom gesto, mas o mais importante é também dizer que não se trata de perdão, trata-se de mérito.

Jonas Savimbi, Holden Roberto (FNLA) e Agostinho Neto (MPLA), ao mesmo título, eles trabalharam para a independência de Angola e é importante que fica claro que não é uma questão de perdão, mas é um mérito”.

O coordenador da comissão de mandatos, Silvestre Samy, afirmou que a pré-candidatura de Massanga reflete as múltiplas candidaturas à liderança da UNITA, acreditando que a disputa aconteça apenas entre dois candidatos, porque a fase de candidaturas encerra na quarta-feira.

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