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Casas de câmbio há mais de quatro meses sem divisas

Post by: 08 April, 2018

As casas de câmbio há mais de quatro meses que deixaram de obter divisas através dos leilões semanais realizados pelo Banco Nacional de Angola (BNA), provocando a paralisação das suas actividades.

Para reverter o quadro actual de paralisação das actividades comerciais de venda de divisas, a Associação das Casas de Câmbio de Angola (ACCA) remeteu uma carta ao governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, onde solicita a liberalização total do preço das notas, podendo desta forma cada empresa praticar a sua tabela com vista a combater o mercado informal.

Por outro lado, autorizar as operações como agentes de correctoras do mercado de capitais e a exercer o serviço postal em todo o país, fazendo também as operações de pagamento de luz e água.

Na mesma carta dirigida ao governador do BNA, a direcção da associação dirigida por Hamilton Macedo pede que seja autorizado às casas de remessas realizar trabalhos de venda de cartões pré-pagos a agentes das empresas de telemóveis. A ACCA quer ainda, no quadro das suas actividades, realizar os serviços de transferência e consultoria a pequenas empresas, importadores e exportadores de mercadorias no valor limite de 50 mil dólares. 

O proprietário da casa de remessas Sukulider, Victorino Baptista, lamenta o actual quadro, uma vez que se vêm forçados a despedir trabalhadores face à ausência de compra de moeda estrangeira. “Fomos retirados dos leilões há seis meses sem qualquer informação e se a situação persistir seremos obrigados a despedir os nossos funcionários”, alertou.

A empresa, que possui um número significativo de trabalhadores, quer  explicações sobre a restrição imposta às casas de câmbio pelo BNA , que apenas fornece aos bancos comerciais.

Victorino Baptista ressaltou a importância das casas de câmbio no sistema financeiro de qualquer país, uma vez que apoia na conversão da moeda local em estrangeira e apoia nas transferências ao exterior.

A Sukulider, com  representações em vários países, acredita que tem ajudado muitas famílias a ver minimizadas preocupações de saúde e educação. Na sua opinião, o BNA deve criar um mecanismo de avaliação de todas as instituições de câmbio que operam no país por si autorizadas e supervisionar através de relatórios e demonstração de resultados, tomando isso como critério para se alocar divisas.

A casa de câmbio Ribeiro Oliveira está há mais de cinco meses sem alocação de divisas. A sua directora, Stiviandra de Oliveira, considera discriminatória a actual situação, uma vez que só os bancos comerciais têm privilégios nos leilões operados pelo BNA.

Apesar de considerar crítico o défice de divisas no país, acredita ser possível alocar uma parte para as casas de câmbio que operam sob regulação do BNA. “Não se entende como é que as kinguilas têm acesso às divisas, que são comercializadas de forma especulativa no mercado informal, e nós que apoiamos o sector financeiro estamos sem as notas”, lamentou.

A gestora da Ribeiro Oliveira quer do governador do BNA uma medida que permita definir de forma oficial a actividade das casas de câmbio no país. JJA

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