"Vi um longo comboio de veículos militares, incluindo tanques (...) Não sei para onde se dirigiam", declarou à agência France Presse (AFP) uma vendedora de fruta perto do centro comercial Westgate, a cerca de 10 quilómetros do centro da capital, que não quis ser identificada. Uma segunda testemunha confirmou à AFP ter visto a caravana.
A agência noticiosa norte-americana Associated Press também noticiou ter visto três tanques com vários soldados numa caravana numa estrada em direção a um quartel junto a Harare.
Na segunda-feira, o comandante das forças armadas, general Constantino Chiwenga, criticou a demissão na semana anterior do vice-presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, e alertou que os militares poderiam "intervir" se a "purga" não acabasse no partido presidencial, o Zanu-PF, no poder desde a independência em 1980.
O presidente Robert Mugabe demitiu Mnangagwa, visto durante muito tempo como delfim do chefe de Estado, acusando-o de conspirar para assumir o poder e cerca de 100 altos funcionários que alegadamente apoiam o ex-vice-presidente foram identificados para medidas disciplinares por uma fação associada à mulher de Mugabe.
Apesar da sua idade e da sua saúde frágil, Mugabe foi designado pela Zanu-PF como candidato às presidenciais de 2018.
Observadores chamam a atenção para os esforços cada vez mais ofensivos de Grace Mugabe, 52 anos, para se aproximar do poder.
O Zanu-PF tem um congresso marcado para dezembro no qual Grace Mugabe poderá ser nomeada para um dos dois cargos de vice-presidente que se encontram por preencher.