MPLA elogia condecorações e critica “declarações irresponsáveis” da UNITA

Post by: 23 October, 2025

O MPLA, partido do poder em Angola, saudou hoje o processo de condecorações dos 50 anos de independência, incluindo os signatários dos Acordos de Alvor, criticando as declarações “irresponsáveis” e “antipatrióticas” do líder da UNITA (oposição).

A posição vem expressa no comunicado final da quarta reunião ordinária do Bureau Político do Comité Central, dirigida pelo presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Lourenço, que serviu para analisar a vida interna do partido, relatórios de atividades do segundo quadrimestre de 2025 e preparar a reunião do Comité Central, a realizar-se na próxima semana.

No comunicado final, o partido saúda as condecorações no âmbito do 50.º aniversário da independência nacional, “com realce para os signatários dos Acordos de Alvor”, exortando o seu líder e Presidente de Angola, João Lourenço, a seguir com o processo.

“Apesar das declarações irresponsáveis, inoportunas e antipatrióticas do líder da oposição, o Bureau Político encoraja o camarada Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço a seguir firme na condução de atos que proporcionem a unidade entre os angolanos”, refere-se no comunicado final da reunião, lido pelo porta-voz do partido, Esteves Hilário.

João Lourenço anunciou, na semana passada, que as condecorações vão ser atribuídas aos líderes fundadores da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Jonas Savimbi, e da Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), Holden Roberto, que, com António Agostinho Neto, presidente do MPLA e primeiro Presidente de Angola, assinaram os Acordos de Alvor.

Depois de João Lourenço anunciar as condecorações de Jonas Savimbi e Holden Roberto, que tinham sido excluídos no início, o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, considerou o gesto “forçado” e criticou o facto de a homenagem decorrer de um “perdão” e não por mérito.

As comemorações dos 50 anos da Independência Nacional de Angola têm sido marcadas por controvérsias em especial no que toca a Savimbi e Holden Roberto, cuja recusa inicial do MPLA evoluiu, na semana passada, para o anúncio presidencial focado na reconciliação.

Os nomes foram inicialmente propostos pela UNITA e pela FNLA e recusados pelo MPLA, tendo a lei que criou a medalha comemorativa entrado em vigor com exclusão dos líderes daqueles partidos.

Na sequência da polémica, várias personalidades foram recusando as distinções, entre críticas da oposição e da sociedade civil, até que João Lourenço decidiu anunciar que todos os signatários dos Acordos de Alvor seriam condecorados, num tributo ao "espírito de perdão, paz e reconciliação nacional".

No comunicado, "o Bureau Político do Comité Central reafirma o seu apoio incondicional ao Camarada Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço pela sua ação na condução dos destinos do partido e do país, manifestando-se solidário com a mensagem sobre o Estado da Nação, proferida no passado dia 15 de outubro de 2025, na Assembleia Nacional”.

A reunião serviu também para a discussão do tema “Conteúdo Local a Curto, Médio e Longo Prazo – a Experiência do Setor dos Petróleos”, tendo aprovado e recomendado a sua discussão na 9.ª sessão do Comité Central, destacando-se ainda a aprovação, "para os desafios contextuais e do futuro", do Plano de Revitalização da Escola Nacional do Partido.

O processo de condecorações já vai na sua 7.ª cerimónia para distinção de personalidades e instituições, distribuídas pelas categorias de “Classe Independência”, dedicada a figuras da luta anticolonial e da libertação nacional, e “Classe Paz e Desenvolvimento”, que reconhece contributos nas áreas da educação, cultura, economia, religião e outras.

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