Governo disponibiliza linha de crédito de 55 milhões de dólares para apoiar empresas vandalizadas

Post by: 04 August, 2025

O Executivo angolano disponibilizou uma linha de crédito emergencial de 50 mil milhões de kwanzas (55 milhões de dólares) para financiar as 162 empresas vandalizadas e pilhadas no país, durante os três dias greve dos taxistas, anunciou esta segunda-feira, em Luanda, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.

Em declarações à imprensa, no final da reunião com os empresários lesados pelas escaramuças, referiu que a medida visa permitir a reabilitação dos estabelecimentos, reposição de stocks, manutenção dos postos de trabalho, a partir de pagamentos de salários (por três meses consecutivos), num curto prazo de tempo.

O governante explicou que o financiamento será operacionalizado pelo Banco de Poupança de Crédito (BPC), com uma taxa de juros de 5%, sendo que os empresários contam com um período de carência de capital de nove meses para iniciar o reembolso.

“Este processo será bastante célere, pois o BPC deverá efectuar os desembolsos num período de até 20 dias, sendo que a linha tem a duração de 12 meses”, sublinhou o chefe da equipa económica do Governo.

Para o efeito, os empresários deverão juntar a documentação formal da empresa, as folhas de salários dos postos de trabalho afectados e a declaração policial.

A par desta medida de apoio, segundo o governante, e ainda no domínio financeiro, os empresários dispõem de mais uma linha de financiamento de 25 milhões de dólares para permitir aos empresários importar equipamentos, produtos e bens que o país não dispõe.

Quanto às medidas do domínio fiscal, o governante angolano anunciou a recuperação do Imposto de Valor Acrescentado (IVA), em 100% e também a isenção do Imposto de Rendimento de Trabalho (IRT) da empresa, durante três meses consecutivos.

José de Lima Massano sublinhou que em 2024, o sector formal criou 300 mil novos empregos e o informal cerca de 700 mil postos de trabalho, “porém ainda insuficientes, daí que o sentido do Executivo é continuar a criar cada vez mais postos de trabalho”.

O dirigente reforçou que o objectivo é continuar a trabalhar para garantir maior dignidade aos cidadãos, particularmente aos jovens, com mais oferta de emprego e oportunidades.

O ministro de Estado garantiu igualmente a estabilização dos preços​, pois entende que ao se repor ​no mercado os estabelecimentos vandalizados, é uma garantia regular da oferta de bens.

Nesta perspectiva, o coordenador da equipa económica referiu que a inflação ainda é alta, sendo que em Junho de 2024, a inflação atingiu 42% e no mesmo período ​deste ano, fixou-se em 18%.

​Por outro lado, disse que os operadores garantiram que não haverá escassez de produtos, porque os grandes centros de distribuição e os grandes armazéns não foram alvos de pilhagem.

Segundo o governante, os montantes disponibilizados pelo Executivo angolano são recursos retirados de outros programas do Governo, no âmbito do Orçamento Geral do Estado, daí que as empresas possuem seguros e quan​do for​em pag​as deverão devolver aos cofres do Estado.

Participaram da reunião, a par da equipa económica do Governo, associações empresariais, membros da ​Associação de Empresas de Comércio e Distribuição Moderna de Angola (Ecodima​) e operadores do sector da distribuição e logística.​

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