João Lourenço discursava na reunião do Comité Central do MPLA, onde evocou os 50 anos da independência nacional, e destacou o papel do partido “na luta contra o colonialismo português”, ao encabeçar “a luta armada de libertação nacional a 04 de fevereiro de 1961, com uma série de ataques em Luanda”.
“Foi também o Presidente do MPLA, António Agostinho Neto, que proclamou a Independência Nacional de Angola a 11 de novembro de 1975”, recordou, acrescentando que, durante este meio século, o país atravessou “momentos difíceis, de amargura mesmo”, mas soube “manter a liberdade e a soberania, não obstante todas as investidas dos agressores externos”.
O também chefe de Estado referiu que o facto histórico mais relevante depois da independência foi “o fim da guerra, alcançado com a assinatura dos acordos de 04 de abril de 2002, e a reconciliação nacional iniciada pelo anterior Presidente, José Eduardo dos Santos”.
Um processo a que, segundo o próprio, deu continuidade com a exumação e trasladação dos restos mortais de Jonas Malheiro Savimbi para a sua terra natal e o pedido público de perdão a todos os familiares das vítimas dos diferentes conflitos políticos ocorridos desde 11 de novembro de 1975.
O Presidente angolano afirmou que “estes factos irrefutáveis demonstram um verdadeiro comprometimento com a paz e a reconciliação nacional” e lamentou “que, passados 23 anos do fim do conflito armado e alcançada a paz, alguns cidadãos angolanos, mesmo sem razões e fundamentos reais, prefiram ter um comportamento de permanente vitimização e autoexclusão do direito inalienável do exercício e benefício da sua cidadania” Sem citar nomes, sublinhou que “este comportamento em nada abona a favor da paz e da reconciliação nacional” e “revela uma agenda política escondida e de mau agouro para o futuro do país”, apelando a todos “a abandonar esta postura”.
Nas últimas semanas, João Lourenço anunciou a atribuição de condecorações a Jonas Savimbi e Holden Roberto, um gesto que a UNITA (oposição) considerou tardio e fruto de pressão política e social, com vários dos seus membros a recusarem ser condecorados por falta de reconhecimento do seu líder.
O anúncio foi feito a 15 de outubro, na abertura do ano parlamentar, quando João Lourenço declarou que as condecorações dos líderes da UNITA e da FNLA eram um tributo “ao espírito do perdão, da paz e da reconciliação nacional”.
O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, reagiu afirmando que “esse reconhecimento deve ser por mérito e não por perdão”.
No seu discurso de hoje perante o partido, o Presidente do MPLA e de Angola reforçou a “necessidade de se preservar a paz conquistada”, afirmando que, “para o progresso do país, é necessário o concurso de todos — dos partidos políticos, estejam no poder ou na oposição, das igrejas, das empresas, das associações profissionais, dos investigadores e dos sindicatos”.
E saudou também “a realização do culto ecuménico alusivo ao 50.º aniversário da independência”, que se realizará no próximo dia 8 de novembro.
João Lourenço deixou ainda recados ao seu grupo parlamentar, frisando que, “no quadro da luta política, o parlamento é um verdadeiro campo de batalha”, e apelou a uma “melhor preparação e informação dos deputados”.
“A direção do partido deve preparar melhor os nossos deputados do grupo parlamentar, com informação regular e atualizada sobre os grandes temas nacionais, sobre aquilo que mais impacta na vida do cidadão e os esforços permanentes do Executivo para os superar”, sublinhou.




 
             
                 
                 
                
