"Só há uma forma de se baixar os preços da cesta básica, é aumentar a produção, aumentar a oferta, não há nenhuma varinha mágica, nenhum decreto presidencial que possa fazer baixar os preços, Isso não existe, em economia de mercado não existe", referiu João Lourenço dirigindo-se a milhares de militantes num ato de massas em comemoração ao 69.º aniversário do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
João Lourenço destacou a necessidade de se "lutar sempre para que a produção supere o consumo", sendo todos chamados "a contribuir para o aumento da produção agrícola e pecuária" do país.
"Nós temos tudo para conseguir dar este salto, o de reduzir as importações de bens alimentares, produzindo-os localmente. Temos todas as condições, precisamos é de recorrer mais a uma das condições, a que eu considero principal, o empenho das pessoas, temos que nos empenhar mais, trabalhar mais em todos os dominios, mas particularmente no dominio da agricultura", disse o também chefe de Estado angolano.
O presidente do partido que sustenta o Governo de Angola desde a sua independência, em 1975, apelou aos responsáveis do setor da agricultura e governos provinciais a identificarem os terrenos atribuídos, "multas vezes gratuitamente pelo Estado", cujos beneficiários "ao longo de décadas nunca puseram sequer um pau de mandioca".
"Há quem tenha vontade de trabalhar e ande à procura de terras e há quem tenha terras de grandes dimensões, há 10, 15, 20 anos, e nunca colocou um grão de semente de milho ou uma estaca para fazer mandioca, esse não merece que o Estado continue a confiar nele em detrimento daqueles que têm vontade para produzirem alimentos necessários para as nossas populações, sublinhou.
Sobre a educação, João Lourenço admitiu que os investimentos continuam "aquém do que já deveria ter sido feito", manifestando preocupação com os recursos alocados pelo executivo e que não são bem aproveitados.
"Autorizo as verbas, dai para frente è que começa o trabalho. Depois da autorização é que o trabalho verdadeiro começa, temos que identificar os empreiteiros, os locais onde vamos colocar as escolas e temos sobretudo de garantir que obra iniciada é para ser concluída", referiu.
Segundo João Lourenço, a única razão para se paralisar uma obra "é a falta de dinheiro".
"Estudou o caderno de obras, fez as perguntas que quis fazer, se não fol, devia ter ido ao local, para ver se tem ou não buracos, depois disso é que aceita a obra. Não é aceitar a obra e depois abandoná-la sob pretexto de que: o meu camião partiu uma mola num dos buracos a caminho do municipio ou da comuna, observou.
Quanto às estradas e o seu estado de conservação, João Lourenço afirmou que o país não está "muito mal", mas tem noção de que "ainda há muito que se fazer", aproveitando para tocar no problema dos acidentes de viação, segunda causa de morte no país, depois da malária.
"Às vezes até já nos arrependemos de fazer a estrada, porque com estrada nova infelizmente os nossos jovens matam-se (...) e nós temos que preservar a vida", disse, reforçando que o Governo vai continuar "a fazer boas estradas".
O presidente do MPLA salientou que Angola val no caminho certo e a preocupação é consolidar a paz e a reconciliação nacional, aprofundar a democracia e o desenvolvimento económico e social.
"Esta é a nossa preocupação do momento e do futuro", disse João Lourenço, frisando que o MPLA, partido governante, tem reiterado sucessivamente a confiança dos eleitores no geral, não apenas dos seus militantes, o que tem conseguido, porque se preocupa em "procurar resolver os problemas do povo".
"Somos um trabalhador que vai ao encontro às aspirações do seu patrão (-) então é por isso que o patrão tem renovado o nosso contrato, entre o povo angolano e o MPLA", enfatizou João Lourenço.





