Segundo o diretor do Projeto de Laúca, Elias Estêvão, as fortes chuvas que caem sobre a província de Malanje, onde se localiza a barragem de Laúca, a maior em Angola, causaram inundação na casa das máquinas, tendo afetado as duas turbinas (de seis previstas) e provocado a sua paralisação.

A barragem de Laúca fornece energia às províncias de Luanda, Bengo, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Malange, Uíge e Zaire.

"As unidades geradoras são modernas e atuou o sistema de proteção, isto é, para preservar o próprio equipamento e até a segurança do pessoal que está a funcionar aqui na barragem", explicou o diretor à imprensa, no decorrer de uma visita do ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, ao empreendimento na segunda-feira.

Elias Estêvão referiu que já está a funcionar o grupo gerador número um, mas até quarta-feira deverá retomar a sua atividade a unidade número dois, a mais afetada pelas inundações.

"Com as duas máquinas, nós fornecemos à volta de 500 megawatts, portanto, foram 500 megawatts que foram retirados do sistema", disse o responsável, realçando que neste momento a capital angolana, Luanda, e a zona norte, estão a ser fornecidas por uma capacidade aproximada de 130 megawatts.

De acordo com o responsável, antes da entrada em funcionamento da unidade número dois estão a ser feitos vários testes, nomeadamente a secagem de alguns equipamentos, que sofreram infiltração de água.

"Depois, faremos os testes para ver se, de facto, está tudo em condições e isto leva algum tempo", disse Elias Estêvão, salientando que estão já a ser tomadas precauções para que incidentes como este não se repitam.

"Nós já tomámos algumas ações corretivas e estamos em crer que situações destas não voltarão a ocorrer, apesar de que estamos numa fase de obras, serão seis unidades geradoras e nós ainda estamos com duas apenas", frisou.

A chuva que caiu da noite de domingo para segunda-feira, segundo Elias Estêvão, foi a mais intensa desde o início da época chuvosa, numa quantidade pouco habitual na região.

O Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca, no rio Kwanza e localizado entre as províncias do Cuanza Norte e Malanje, foi um investimento do Estado angolano de 4,3 mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros), tornando-se a maior obra pública do país, inaugurada pelo ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, em agosto.