Segundo autorização presidencial de finais de junho, a que a Lusa teve hoje acesso, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, aprova a abertura desta linha de financiamento a favor do Ministério das Finanças, dada a "necessidade de se implementar projetos integrados no Programa de Investimentos Públicos" e "de acordo com a política de investimento para o desenvolvimento económico e social do país".
Angola vive uma profunda crise financeira e económica desde finais de 2014 devido à quebra na cotação internacional do petróleo, estando a recorrer ao endividamento público para estimular a economia, nomeadamente através de grandes empreitadas em curso.
O documento, que não especifica as condições deste empréstimo do BFA ou as obras a financiar, refere que o valor global do financiamento será de 35 mil milhões de kwanzas (185,6 milhões de euros).
Para cumprir as exigências do Banco Central Europeu (BCE), que obriga a reduzir a exposição ao mercado angolano, o BPI vendeu em janeiro 2% da sua participação no BFA à operadora Unitel, deixando de controlar aquela instituição, ficando com 48,1%.
A empresa de telecomunicações angolana, de Isabel dos Santos, passou a ter 51,9% do capital do BFA.
Do negócio em Angola, com o BFA, o BPI recebeu 491 milhões de euros entre 2002 e 2016, 366 milhões de euros da venda de 49,9% do banco em 2008, 60 milhões de euros da repatriação de lucros por transformação da sucursal em banco, em julho de 2002, e já este ano 28 milhões de euros da venda de mais 2%.