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"Situação da economia angolana é assustadora", relatório da UCAN

Post by: 21 June, 2017

Relatório diz que muito dificilmente a situação será revertida antes de 2021

A situação da economia angolana é assustadora, conclui o relatório do Centro de Estudos da Universidade Católica de Angola (CEIC) referente a 2016, apresentado nesta quarta-feira, 21, em Luanda.

O estudo apresentado anualmente pelo CEIC revela que o crescimento da economia angolana tem vindo a desacelerar a um ritmo assustador desde 2009 e que muito dificilmente pode ser revertido antes de 2021.

As taxas reais da economia têm diminuindo desde 2009, atingindo em 2016 um decréscimo do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,6, o que tem afectado negativamente o nível de vida das populações.

“A situação é preocupante, o país está com dificuldades de financiar a sua economia as empresas vão indo à falência, o retrato é sombrio", explica Alves da Rocha, coordenador do CEIC.

O especialista alerta para a desigualdade social que coloca Angola entre "os mais países mais desiguais do mundo".

O capítulo sobre a diversificação da economia foi retirado do relatório porque, para os investigadores, “não houve factos relevantes”.

Interferências oficiais

Por outro lado, o CEIC indica que algumas interferências políticas nos dados oficiais têm atrapalhado a fiabilidade de certos dados económicos importantes do pais.

Alves da Rocha voltou a apontar a "burocracia e a corrupção" como os "grandes entraves" para o crescimento do país: "A burocracia conduz à corrupção. O investimento privado é fundamental, aliás, a economia de Angola tem que ser entregue ao setor privado competente e inovador e não aqueles dependentes de favores do Orçamento Geral do Estado (OGE) ", sublinhou.

A necessidade de mudança no paradigma do Governo foi ainda destacada na intervenção do diretor do CEIC, que se manifestou "descrente" quando questionado o surgimento de "um novo MPLA", partido no Governo em Angola desde 1975, após eleições de 23 de agosto.

"Será que vamos assistir ao surgimento de um novo MPLA? Com uma nova mentalidade e postura relativamente a resolução desses problemas? Eu tenho dúvidas. E se calhar é por isso que agências internacionais de classificação de riscos dos países afirmam que do seu ponto de vista as eleições não vão alterar a atual situação do país", acrescentou.

O relatório faz ainda um "retrato preocupante" sobre o elevado índice de desemprego que se regista no país, com o CEIC a constatar que "tem aumentado, apesar de as estatísticas oficiais dizerem o contrário".

VOA | LUSA

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