Polícia angolana recupera mais de 30 mil armas em posse das empresas de segurança privada

Post by: 20 November, 2025

A Polícia Nacional (PNA) recolheu, de Janeiro a Setembro do ano em curso, 35 mil armas de guerra em posse de empresas privadas de segurança, informou esta quinta-feira, em Luanda, o comandante-geral da corporação, Francisco Monteiro Ribas da Silva.

Ao intervir na reunião ordinária do Conselho Superior da Polícia, o responsável avançou que este número corresponde a 80 por cento do total identificado, restando cerca de sete mil armas por recepcionar, para completar as 42 mil previstas no programa de controlo e retirada de meios bélicos fora das estruturas autorizadas.

"A acção tem contribuído para a redução da criminalidade violenta em 4,5 por cento", referiu.

Segundo o oficial superior, a campanha de recolha de armas, associada a outras operações policiais, tem permitido maior estabilidade dos níveis de segurança pública, sobretudo na diminuição de roubos, furtos e homicídios.

No domínio criminal, apontou os abusos sexuais contra menores, maioritariamente praticados por pessoas próximas das vítimas, como uma das principais preocupações actuais, defendendo o reforço da articulação inter-institucional para a adopção de medidas capazes de inverter o quadro.

“É imperioso optimizar a especialidade das informações policiais e reforçar a capacidade técnica da investigação criminal”, afirmou.

No capítulo preventivo, anunciou o relançamento do policiamento de proximidade, cuja estratégia inicial, traçada há mais de 16 anos, está a ser reformulada para melhor resposta às necessidades actuais das comunidades.

Acrescentou ainda que a sinistralidade rodoviária continua a merecer atenção especial, com a implementação do programa “Mude Antes Que Seja Tarde”, voltado para a educação dos utentes das estradas e para a actuação policial rigorosa contra infracções no domínio do trânsito.

O oficial referiu ainda que apesar dos constrangimentos orçamentais, a PNA executou 60 por cento do Plano de Acção de 2025, com realce para o reforço da capacidade operacional, através da aquisição de viaturas, meios de gestão de multidões e equipamentos de protecção individual.

Apontou também avanços na melhoria da rede de infra-estruturas policiais, com a conclusão e inauguração de comandos, esquadras, postos policiais e centros de formação em várias províncias.

O comandante-geral informou que estão em curso os preparativos para o Plano de Acção e a Directiva Operativa de 2026, alinhados com as orientações estratégicas do Executivo.

Entre as prioridades, destacou o aumento do efectivo, a melhoria das condições infra-estruturais, o aprimoramento do sistema de formação policial e a redução dos índices de criminalidade violenta e sinistralidade rodoviária.

Durante a reunião foram abordados vários assuntos como o fortalecimento da cooperação internacional, no quadro da CPLP, SARPCCO, SADC e com congéneres como a Polícia Federal do Brasil e o Ministério do Interior dos Emirados Árabes Unidos, bem como a implementação dos nove eixos do Plano Estratégico de Desenvolvimento da PNA (2023-2027). 

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