Militares tomaram o poder em Bissau – comunicado das Forças Armadas

Post by: 26 Novembro, 2025

Os militares de Guiné-Bissau anunciaram, nesta quarta-feira 26, que tomaram o “controle total do país”, “suspenderam o processo eleitoral” e fecharam as fronteiras após as eleições gerais do último domingo, cujos resultados ainda não foram divulgados.

O comunicado foi lido na televisão estatal guineense TGB pelo porta-voz do Alto Comando Militar, Dinis N´Tchama, que informa que os militares assumiram a liderança do país.

Na comunicação informa-se que foi “instaurado pelas altas chefias militares dos diferentes ramos das Forças Armadas, o Alto Comando Militar para a restauração da segurança nacional e ordem pública” e que o mesmo “acaba de assumir plenitude dos poderes de Estado da República da Guiné-Bissau”.

Pouco antes, foram ouvidos tiros perto do palácio presidencial e homens com uniformes militares assumiram o controle da principal via que leva ao local.

De acordo com a imprensa internacional, diversas estações de rádio na capital guineense foram invadidas pelas Forças Armadas, que ordenaram o fim de suas transmissões. Os militares também suspenderam todas as instituições estatais até nova ordem.

O paradeiro do presidente, Umaro Sissoco Embaló, não era conhecido no momento dos tiros. Tanto Embaló como o candidato da Oposição, Fernando Dias, tinham declrado vitória no processo eleitoral, que até hoje tinha decorrido pacificamente.

Um dos países mais pobres do mundo, a antiga colônia portuguesa já sofreu inúmeros golpes de Estado ou tentativas desde a década de 1980. A população de Guiné-Bissau é de pouco menos de dois milhões de pessoas. 

Cerca de um milhão de eleitores foram convocados às urnas no domingo, em eleições realizadas sem a presença do principal partido da oposição e do seu candidato.

Os resultados provisórios oficiais são esperados para a quinta-feira.

Last modified on Quarta, 26 Novembro 2025 16:44
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